Utilização de drones no licenciamento ambiental

Saiba como Utilização de drones no licenciamento ambiental

O mercado da área ambiental requer soluções com qualidade, baixo custo e ágeis. Conciliar este tripé de qualidades nem sempre é possível, pois qualidade e custo muitas vezes são lados opostos da mesma moeda. Já agilidade e qualidades são características de ferramentas e métodos modernos de aquisição de dados. Em um mercado onde o cliente precisa de todas as vantagens para tornar seu empreendimento mais lucrativo, as soluções requerem investimento tecnológico e em capacitação profissional. Nesta realidade é onde o Drone surge como uma poderosa ferramenta na geração de produtos de precisão e na solução de problemas.

Embora o drone já seja uma ferramenta largamente utilizada no agronegócio, a sua utilização na área de meio ambiente e gerenciamento urbano engatinha no Brasil. Os drones possibilitam o imageamento instantâneo das áreas de estudo, fornecendo dados atuais com precisão e velocidade, tudo isso na palma da mão – literalmente.

O avanço no setor de drones levou estas ferramentas a uma capacidade de geração de dados comparadas aos satélites orbitais mais avançados. Hoje em dia, é possível realizar imageamentos, plantas topográficas, avaliações de sanidade de plantas, modelamentos em 3D de terrenos entre tantas outras atividades com a utilização de um drone de menos de 2 kg. O processamento dos dados pode ser feito em um app de celular e os resultados visualizados praticamente no mesmo instante. Embora as facilidades sejam muitas, para a obtenção de dados precisos e de qualidade é necessário técnicos capazes de compreender as ferramentas e gerar produtos úteis.

Um bom levantamento com drone parte da compreensão do ambiente e meio físico que se pretende estudar. Para geração de produtos e mapeamentos é necessário saber qual a altura do voo necessária, quais as sobreposições de imagens mínimas, qual o sentido e velocidade do voo. Para a obtenção de produtos com finalidade de uso na área de licenciamento ambiental, recuperação de áreas degradadas e avaliação de passivos ambientais é necessário entender todas as relações entre a geologia local e geomorfologia, não bastando apenas realizar o levantamento na área do empreendimento.

Agora explicaremos um pouco como utilizamos os drones para gerar produtos de interesse para nossos laudos e, principalmente, para a solução de problemas. Um mapeamento com drone gera um Ortomosaico (que nada mais é que uma imagem de alta precisão e resolução do terreno) e um Modelo Digital de Elevação (uma imagem com um valor de altura para cada feição do terreno). Estes dois produtos possibilitam uma série de aplicações que descreveremos a seguir.

Os ortomosaicos são um dos produtos mais utilizados na área ambiental pois possibilitam gerar imagens de grandes áreas, com rapidez, definição e precisão. Diferente das imagens de plataformas conhecidas como o Google Earth, um ortomosaico obtido com um drone é capaz de identificar feições no solo, copas de árvores, edifícios, construções, feições de erosão, mapear grandes extensões de rodovias e linhas de transmissão entre outros. Uma das nossas maiores aplicações dos ortomosaicos envolve a definição de áreas de preservação permanente (APP), mapeamento de espécimes arbóreos, avaliação de recuperação de áreas de mata nativa, evolução de feições de erosão, definição de área de servidão em linhas de transmissão entre tantas outras imagináveis. Com o ortomosaico gerado com drone somos capazes de monitorar grandes extensões de áreas com agilidade, um grande exemplo disso é o nosso trabalho desenvolvido com o monitoramento de riscos que plantações de eucaliptos ocasionam as linhas de transmissões. Somos capazes de imagear com precisão a posição dos cabos, a distância entre área de servidão e as plantações de eucalipto e até a altura das árvores. Este trabalho foi realizado ao longo de quase 6 km de linhas de transmissão, com utilização de um levantamento com drone georreferenciado com um GPS RTK em 6 horas.

Agora veja um zoom dessa imagem (polígono vermelho) e descubra o quanto de resolução tem um levantamento de um drone. Um dado importante! Este nosso ortomosaico não foi realizado com a melhor precisão possível pois precisávamos somente de uma imagem atual do terreno. É possível gerar produtos muito melhores!

Um outro produto largamente utilizado por nós para a solução de problemas é o Modelo Digital de Elevação (MDE) do terreno. Como visto anteriormente, para cada pixel da imagem é atribuído um valor de altitude, sendo possível realizar cálculos geométricos e geoestatísticos para efetuar modelagens matemáticas do terreno. Com o MDE é possível definir a altura de morros, encostas, copas de árvores, o risco de desabamento de taludes e encostas, definir quais os caminhos de escoamento superficial das águas pluviais, calcular áreas e volumes de construções, calcular volumes de bacias, represas, pilhas de estéreis (ou cascas de arroz, agregados como brita e areia) entre uma infinidade de opções.

Com o refinamento e processamento do MDE é possível gerar um Modelo Digital de Terreno (MDT), que nada mais que é um modelo com a elevação de todos os pontos do terreno sem construções e árvores (e demais objetos de interesse). O MDT é muito utilizado para a geração de curvas de nível e modelamentos avançados, oferecendo uma densidade de informações e aquisição dos dados muito superior a uma topografia tradicional e ainda com o mesmo nível de precisão.

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